À beira de um precipício

Estou a beira de um precipício e cada vez mais a vontade de me jogar fica forte assim como cada vez mais argumentos, motivos e porquês vão aparecendo para a minha não-existência.

Tudo isto tem início naquela que, pouco a pouco, foi confiando em mim e, ao mesmo passo, me conquistando sem perceber; começa quando ela surge transfigurando todo o sentimento romântico em realidade.

Nas conversas iluminadas pela lua, confidências se tornaram meu calvário assim como lágrimas foram se transformando em desespero - desespero por não poder secá-las nem eliminar "o outro" - causador delas.

O outro: o antagonista de tudo isto; a causa de tudo... O demônio! A besta! O que se rebelou contra ela e, por consequência, contra mim - um simples servo. O outro: o cego que vê beleza onde não há; o anjo caído de falsa beleza que ilude e faz chorar; o autor de toda a desgraça que existem nela - e em mim.

Ah! Quem estou tentando enganar? Quem estou tentando ludibriar? Sempre será assim: eu aqui e ela lá, em seu altar revistada de branco, intocável e pura.

Infelizmente assim será até que apareça outra que me tire deste purgatório.

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