Há diversas formas de eu começar este post e a escolha não é fácil. Decidi iniciar pelo objeto em questão, ou seja, o livro-título deste texto, mas não segui adiante porque, pensei: "apesar de tão presente no imaginário tupiniquim quem, dos jovens - e aqui eu, nos meus longos 24 anos, me incluo - já ouviu falar de Nelson Rodrigues?"
Como eu já disse, ele está presentíssimo (existe esta palavra?) na cultura brasileira, mesmo porque foi ele o responsável por dar nome a (tamanha) falta de autoestima que os brasileiros têm: o "complexo de vira-latas". O termo, claro, é bastante conhecido, todavia, seu autor, aos poucos, cai num limbo acessível somente aos aventureiros literários ou aos sortudos que se depararam com algum de seus textos.
Encaixo-me neste último, pois, ganhei o livro "A vida como ela é... em 100 contos inéditos", da editora Nova Fronteira - até então eu só o conhecia por causa da série da Rede Globo (procurei e até achei a abertura no YouTube dela, porém, o canal em questão não permite a incorporação a outros blogs).
Mas... quem foi Nelson Rodrigues?
Segundo seu website oficial (clique aqui para ir à fonte), "Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, em 23 de agosto de 1912, o quinto filho de uma família de catorze (...)". Ainda segundo a mesma fonte, sua carreira jornalística começou aos 13 anos, escrevendo para o jornal A Manhã, fundado por seu pai.
Nelson Rodrigues escreveu crônicas, contos, correio sentimental, folhetins, novelas, peças teatrais... teve sua obra adaptada para cinema... em síntese: um autor muito versátil e um dos mais importantes do século XX.
A vida como é... em 100 contos inéditos
O livro, como diz o nome, traz 100 contos inéditos da aclamada série "A vida como ela é...", uma coluna diária de Nelson para o jornal Última Hora.
As histórias falam desde mulheres que amavam, mas não conseguiam dar um beijo até filhas que se fingem grávidas para se vingarem do pai - possessivo e ciumento. Ou, ainda, de mulheres que enchem a rival de culpa, fazendo-as pensar estarem ao pé da cova para, assim, roubarem-lhe o futuro marido.
Sendo honesto, há contos que fiquei a ver navios, sem entender, todavia, existem outros que, de tão surpreendentes, deixavam-me a meditar sobre eles; a pensar sobre tudo.
Apesar de o autor trazer marcas da época a qual fez parte, utilizando, principalmente, gírias e expressões cariocas, os textos são simples e, ao mesmo tempo, profundos. Ele, com maestria, narra sobre adultérios, paternidade, maternidade... enfim, ele conta "a vida como ela é...", sem decréscimos ou acréscimos - um verdadeiro reality show literário.
"É batata!", como diriam alguns dos personagens de Nelson, "É batata que estes contos valem a pena serem lidos".
"É batata!", como diriam alguns dos personagens de Nelson, "É batata que estes contos valem a pena serem lidos".
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