Já é bem tarde quando um homem, de uns vinte e poucos anos, olhos castanho-claro, alto e pálido caminha na praça Ary Coelho, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Na mesma praça, um casal - ele aparentemente alto, de curtos cabelos negros e espetados, olhos castanhos e pele bronzeada e ela de aparentemente média estatura, pele branca, olhos esverdeados, cabelos longos e cacheados - namoravam em baixo de uma árvore. Os dois moravam em um prédio próximo dali.
O homem de vinte e poucos anos está inquieto e sua andança pela praça buscava, de alguma forma, saciar essa inquietude.
O casal estava tranquilo. Apesar da hora já avançada, namoravam tranquilamente devido aos guardas municipais que guardavam o local.
Quanto mais andava, mais e mais uma espécie de "fome" aumentava dentro do homem. Horas antes, em seu apartamento, ele havia esvaziado todos os mantimentos em sua despensa e em sua geladeira, mas nada o aquietava. Tal tormento começara algumas semanas antes, em uma viagem ao exterior.
O casal já se conhecia a um ano, especificamente. Como já dito, moravam próximos à praça Ary Coelho, no mesmo prédio. Começaram a namorar após encontros e desencontros.
Às onze horas em ponto o casal se levanta para ir embora. De mãos dadas, atravessam a praça até ela tropeçar em alguma coisa. "O que é isso?" pergunta ela.
O rapaz olha para baixo e vê uma silhueta na penumbra e algo escorrendo dela. "Deve ser um boneco" responde o rapaz à namorada.
Os dois continuam a andar quando uma sombra estranha passa por eles, causando calafrios na mulher.
"Vamos mais rápido!" exclama ela, agarrando-se ao namorado. Os dois aceleram o passo. A sombra negra volta a cruzar o caminho deles.
- Por que tanta pressa? - Pergunta uma voz, atrás do casal. O rapaz se vira e vê o homem de vinte e poucos anos. - Ainda é cedo. - Torna a dizer o homem, desta vez em frente aos dois, assustando-os.
- Que... Quem é você? - Pergunta a mulher, já com o coração pulsando na garganta.
- Alguém que vocês nunca mais irão esquecer...
Na manhã seguinte o homem de vinte e poucos anos desperta em sua cama. Em sua boca havia um gosto diferente - o mesmo de quando ele chupava algum ferimento na falsa tentativa de parar algum sangramento, quando criança.
Havia tido um sonho estranho, em que era tomado por uma fome insana e que o levara a atacar um guarda e um casal, durante à noite, na praça Ary Coelho.
Era apenas um pesadelo... Do jeito que as coisas andam, não duvidaria que fosse um relato real heheh Ótimo texto!
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