Niklas Jansson

Olá querido leitores do Escritor ao Vento! Após um certo tempo sem postar nada, trago-vos a história de Niklas Jansson, inspirada no clip da música Epona, da banda sueca Eluveitie.


Então, agora que vocês já assistiram ao clip e, sem mais demoras... boa leitura. Ah! Caso você tenha gostado da história, por favor, compartilhe com seus amigos, conhecidos e, qualquer coisa, os comentários estão aí para isso!

NIKLAS JANSSON

"O caminho para a glória é a fidelidade acima da própria vida!" discursa o comandante às suas tropas pouco antes da batalha decisiva. Sob sua responsabilidade, uma centena de soldados com não mais do que dezoito para dezenove anos. "Vida longa ao rei Danial!" grita ele, elevando sua espada e recebendo gritos de "vida longa!" de seus subordinados.

Niklas Jansson, o comandante, não era tão mais velho: tinha vinte e cinco anos e alcançara o cargo após gloriosas — e seguidas — vitórias contra "aqueles do outro lado". Ao completar doze anos, seu pai, na esperança de vê-lo alcançar algo maior do que ser apenas um simples carpinteiro, manda-o ao Ginásio, lugar onde meninos e meninas plebeias iam para treinar exaustivamente "em nome do reino de Kalla". Mostrando ter um dom natural para as lutas, logo em seu primeiro combate, ele consegue quebrar o braço de seu adversário, tornando-se um aluno prodígio.

Certo dia, após sua última e mais gloriosa vitória, seu general, Joel Lindholm, chama-o à tenda do alto escalão e, em frente aos outros generais e oficiais do Exército de Kalla, nomeia-o comandante, responsável pelo Armén En — parte das forças responsáveis por ir à frente da cavalaria com a função de enfraquecer o inimigo. Composta basicamente por jovens recém-formados do Ginásio, os que mais abatiam os inimigos tornavam-se celebridades em Kalla, assim como eram condecorados com diversas honrarias pelo próprio rei Danial — o sem sobrenome.

"Pela glória de Kalla!" torna a gritar Niklas a seus subordinados, atiçando-os a entrar floresta adentro. Sem pestanejar ou mesmo expressar algum medo ou insegurança, os soldados marcham, munidos de seus escudos, espadas e lanças. Haviam sido treinados a vida toda para aquilo e aceitavam a morte como consequência natural, todavia, se preciso fosse, lutariam até mesmo com a deusa Död para poderem ficar mais tempo no campo de batalha e, assim, ceifar ainda mais vidas inimigas.

Por tradição, os oficiais, comandantes e generais iam à frente de seus subordinados, estando preparados para dar o exemplo e morrer em nome de Kalla e do rei Danial. Com Armén En não era diferente e, montado em seu cavalo, com as mesmas armas e vestimentas que seus soldados, Niklas Jansson cavalgava à frente deles.

O exército "daqueles do outro lado" também marchava rápido em direção aos soldados de Kalla. Pareciam ser um pouco só mais velhos que os de Armén En, mas não menos determinados. Quando os inimigos se encontram, a batalha tem início.

Comandante contra comandante e guerreiros contra guerreiros: a batalha desperta os animais noturnos e espanta os diurnos com o choque entre as espadas, o quebrar de ossos, os gritos de dor e de raiva. O vermelho-escuro do sangue mancha a luz alva do sol ao cair no chão.

Os subordinados de Niklas faziam de tudo para não só se lembrarem de seu treinamento como, da mesma forma, das ordens de seu comandante. Todos, além da vitória, queriam reconhecimento e, principalmente, glória — um objetivo, infelizmente, para poucos. 

A deusa Död passeava pelo campo de batalha e, mesmo os que ainda não tinham morrido, de fato, já conseguiam vê-la: uma mulher de longos cabelos vermelhos, pele branca como a luz do sol e vestido branco. Seus olhos eram verdes como as folhas das árvores daquela floresta e seus lábios tão vermelhos quanto seus longos cabelos. Àqueles que não conseguiam a tão almejada glória acabavam encontrando-se com ela.

Niklas Jansson foi um dos que a viram: às vezes escondida atrás de alguma árvore ou, então, levando algum soldado já não pertencente ao mundo dos que respiram. "Você não vai me levar!" exclama para si o jovem comandante. Ele já havia eliminado muitos soldados "do outro lado" e estava próximo de levar o comandante deles: um rapaz de uns trinta e poucos anos de idade, cabelos pretos como a noite e olhos tão negros quanto, expressando um forte desejo por morte e sangue.

Que adversário formidável aquele: se não fossem inimigos, pensou o comandante de Armén En, com certeza convidá-lo-ia para treinarem juntos e, depois, irem jogar conversa fora na taberna de Där Floden Passerar, sua cidade natal. Seus golpes e sua técnica lembravam muito ao estilo de seus professores, mas ele era mais solto, mais leve. Todavia, eles eram inimigos e, infelizmente, seria ele a cair aquele dia.

Como se não houvesse mais ninguém ali, Niklas Jansson focou apenas em seu inimigo, tentando achar alguma abertura, algum ponto fraco onde pudesse dar seu golpe final. Além de lutar por Kalla, também tinha a morte de seus soldados nas mãos tal como a de seu cavalo Snabb pil. Não havia mais floresta, havia só ele e o comandante "daqueles do outro lado". Foi quando, de repente, todos desaparecem: seus inimigos e amigos, existindo somente ele naquela floresta. O jovem comandante olha para todos os lados e, nada... todos haviam sumido...

Mantendo seu estado de alerta, ele caminha pela floresta a procura de alguém ou mesmo de algum animal, porém, nada... só existia ele e as árvores ali. Ele anda mais um pouco e encontra uma grande clareira, iluminada pela luz do sol e, ao centro, a observá-lo, Död. "Não! Você não vai me levar!" exclama o comandante, correndo contra a deusa com sua espada. Ela só o observa tentar, pois, quanto mais ele corria, mas aquela clareira parecia distanciar-se dele. "É inútil" responde a deusa, com uma voz maternal. "Seu tempo entre os vivos já se foi e seu único caminho é comigo". O comandante não se dá por vencido e continua a correr em direção a ela, porém, o cansaço finalmente chega e ele desaba no chão, exausto. Död aproxima-se de ele e estende sua mão. Ele a segura e ela o ajuda a se levantar. Os dois desaparecem e a floresta volta a ser inundada pelo barulho da batalha que ainda acontecia.

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