
De pele branca como a neve e lábios vermelhos como a noite, seu nome era Branca de Neve. Mas não se engane: conhecida por todos, e odiada por sua madrasta, ela e sua grande (e quem sabe algo a mais) amiga Jana vão passar por tribulações e provar que ambas têm força para lutar e para vencer!
VIII REENCONTRO
Era um lugar repleto de luz e paz, com muito verde e cheirando a rosas. À frente os rei e rainha brincavam com uma menininha recém-nascida, que estava em um bonito e florido moisés. Jana observava a cena, sentada em uma mesa de jardim saboreando um gostoso bolo de cenouras. “Jana, venha ver sua irmãzinha!” chama a rainha, fazendo com que a dama de companhia levantasse-se. A criança que estava no bercinho vestia uma roupinha rosa com o brasão de Bolisa, no peito. “Ela é sua irmãzinha, Jana, e chama-se Branca de Neve” fala novamente a rainha, recebendo um grande sorriso do rei, “e você, como irmã mais velha, deverá protegê-la sempre”. Terminando a frase, aquele mundo, antes envolto em uma aura de luz e paz é tomado por uma onda negra e sombria. Os rei e rainha desaparecem como fumaça aos olhos de Jana e, na forma de um imenso e feroz dragão o caçador Kristian aparece, retirando Branca de Neve do Moisés e voando para bem longe, enquanto a dama de honra corria atrás dos dois, na vã tentativa de reaver a princesinha. De repente, com a roupa repleta de suor e eufórica, Jana acorda. Havia sido um sonho; um pesadelo, para ser mais exato. “Onde será que você está?” pergunta-se ela, agora ainda mais preocupada com sua jovem senhora. “E com esta já são duas aqui em casa!” exclama uma voz conhecida, chamando Jana para a realidade. “O que faremos, então?” pergunta-se outra voz. A dama de honra levanta-se, na ponta dos pés, e esgueira-se até próxima à porta, onde as vozes continuavam a conversar: — Duas?! Como duas? — Pergunta uma terceira voz. — Enquanto eu realizava a ronda encontrei uma mulher perdida na floresta... — ...E você resolveu trazê-la para casa... — Torna a falar a mesma voz, desta vez em tom de desaprovação. — Sim! Foi o que eu fiz? Tem algo contra, Marko? — Responde a voz conhecida, que Jana finalmente reconheceu como sendo de David. Há um breve momento de silêncio... Foi então que outra voz, desta vez uma que parecia ser de alguém embriagado, entra na conversa. — Gente... por favor... já que temos duas belas jovens, vamos mostrar nossa hospitalidade... Não há objeções e Jana escuta passos vindos em direção ao quarto. Sem pensar duas vezes ela salta novamente para sua cama. — Branca, esta é Jana e será sua companheira de quarto. — Avisa David, apontando para a dama de companhia que estava deitada na cama ao lado. Completamente ser forças, Branca de Neve não teve como reagir ao ouvir o nome de sua melhor amiga, permanecendo estática. — Estamos sem alimentos, mas enquanto os velhos Martin e Steffen aqui ficam de companhia, Marko, Mathias, Leon, Jan e eu vamos à cidade comprar comida e bebidas. Branca de Neve responde com um aceno de cabeça e se deita, pegando no sono quase que em seguida. Um tempo havia se passado, ou muito tempo; a jovem princesa não sabia, ao certo. Durante seu sono, apenas imagens vagas do que tinha acontecido apareciam pela sua mente, tomando o lugar de seus sonhos. — Branca! — Chama uma voz conhecida, bem ao longe — Branca! Sou eu, Jana! Ainda com fome, mas mais descansada, Branca de Neve abre seus olhos e depara-se com sua melhor — e agora única — dama de companhia a observando com um profundo olhar de preocupação. — Jana! — responde a princesa — mas... — David me achou vagando sem rumo pela floresta e me trouxe para cá. — Comenta Jana, antes de sua senhora perguntar o que ela estava fazendo ali. — Os outros também me acharam... eles e o... — Quem...? — ...Eles e o assassino. Um frio transpassa pela espinha de Jana, deixando-a ainda mais branca que sua senhora, ao saber que o responsável pelas mortes de Doreen e Gabriele tinha a alcançado. — Mas... — ...Era Kristian — interrompe Branca de Neve, antes que Jana fizesse qualquer pergunta — e estava atrás de mim, aliás, atrás do meu coração. — Seu coração... por quê? — Ele me disse que minha madrasta, Annett, foi quem encomendou o serviço. — Há um breve silêncio para que a dama de honra absorvesse as notícias de sua senhora e, antes, novamente, de conseguir fazer qualquer outra pergunta, a princesa continua: — Eu não sei por que ele não me matou. Ele só disse que a minha madrasta estava pagando um alto preço pelo meu coração e que era para eu correr para o mais longe que eu pudesse, não voltando mais para o palácio. De uma forma completamente inesperada, Jana abraça Branca de Neve, caindo no choro, enquanto pedia desculpas por tê-la deixada sozinha. “Não foi sua culpa” consolava a princesa, aliviada por rever sua melhor e grande amiga.
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