A Melhor Amiga — 7 UMA BRIGA


Sinopse: Começou como uma amizade que evoluiu para um sentimento puro, ingênuo até. Nenhuma das partes sabia realmente o que estava acontecendo — era quase uma brincadeira de criança. Porém, o que era ingênuo torna-se malicioso e o que era quase uma brincadeira de criança transforma-se em uma tragédia.

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7
UMA BRIGA

Jeniffer estava extremamente confusa. A cena de sua melhor amiga se declarando para ela repassava em sua cabeça como um estranho filme de terror em que, ao invés de medo, causava aflição.

Uma aflição incomum, principalmente quando ela relembrava as diversas situações em que estivera com Carol — como quando ambas dormiram juntas na mesma cama ou simplesmente quando ela deitava-se em seu colo, “igual a um casal de namoradas”.

“Meu Deus! O que irão pensar de mim?” perguntava-se a adolescente. “Se alguém descobrir que Carol é...” mas ela não conseguira terminar a frase. “O melhor, agora, é ficar bem longe dela!”

E assim aconteceu: o máximo que Jeniffer conseguia manter-se afastada de sua agora ex-melhor amiga, ela se mantinha — conversava com a garota de olhos puxados apenas o necessário.

Para Carol, mais dolorido que ver sua ex-grande melhor amiga junto com Kauê foi vê-la tomando aquelas atitudes. A garota de olhos puxando até entendia o que se passava na cabeça da outra adolescente, mas ela não compreendia o porquê de tanto ódio.

Os dias tornaram a passar devagar e ela, mais uma vez, voltou a choramingar pelos cantos e banheiros da escola. Seus pesadelos ficaram ainda piores: agora, ao invés de ouvir um simples não, ela se via rodeada de pessoas enquanto Jeniffer a xingava de diversos nomes, um pior que o outro.

— Jeniffer, espera! — Tentou, mais uma vez, Carol, um pouco antes do sinal de entrada.

— Não tenho que falar com você! — Respondeu Jeniffer, em um tom duro.

— Jeniffer! — Tornou a exclamar a garota, já em prantos.

— NÃO ENCOSTA EM MIM, SAPA...! — Gritou a adolescente ao ser tocada pela ex-amiga no ombro, não conseguido, no entanto, terminar a frase.

— Vai! Termina! — Exclama, aos soluços, Carol, agora com todos olhando para as duas. — VAI! TERMINA!

— SAPATÃO!

Um silêncio fúnebre recai sobre o pátio após o berro de Jeniffer. Nenhum dos colegas tinha coragem de interferir. Carol estava já caída no chão, de joelhos, chorando como nunca antes havia chorado.

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