A navegar pelo YouTube — plataforma que estou a me
familiarizar —, deparo-me com o seguinte vídeo: “Vida extraterrestre será a
pior notícia das história” (disponível neste link e que eu aconselho, imensamente, que o assista para compreender melhor o que estou a falar), do canal Ponto em
Comum. O vídeo explica, entre outras coisas, a questão da vida extraterrestre e
o porquê de a descoberta acabar sendo um completo desastre para a humanidade.
Será que o ser humano seria tão especial ao ponto de só existir ele em todo o vasto universo? Fonte da imagem: <https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7as-nave-c%C3%A9u-silhueta-alien-3374845/>. |
Entre os diversos argumentos trazidos pelo vídeo, há o do
“Grande Filtro”, ou a teoria utilizada para explicar o motivo de nós, seres
humanos, ainda não termos nos comunicados com nenhuma vida inteligente fora da
Terra: “estamos sós”. A questão é que, para o surgimento da vida, existem
determinadas etapas “obrigatórias” — etapas essas pelos quais ainda estamos a
passar. Uma delas — sendo essa a etapa que me motivou a escrever este post — é o
ponto onde, possivelmente, nos autodestruímos. É daí, também, a explicação pela
qual “estaríamos sós”: todas as demais “exossociedades” nunca conseguiram
passar deste ponto.
No vídeo, eu deixei o seguinte comentário — a tentar a ser o
mais breve o possível —: “A ideia desse filtro já expõe uma necessidade
(filosófica) humana: ‘ser especial’, pois, se já estivermos à frente dele,
então, beleza, conseguimos torna-nos aquele ‘floco de neve que não derreteu’,
agora, se sim, ‘somos apenas mais um’ — e isso destrói tudo pelo qual todos os
humanos lutam. Talvez aí esteja a chave para a solucionar esse paradoxo: a
inteligência traz um fardo tão pesado que, até o momento da história do
universo, ninguém tenha conseguido suportá-lo — ‘estar ou não estar sozinho:
eis a questão’".
A expandir um pouco mais o comentário em questão, a busca
por outra espécie tão inteligente quanto a nossa vai muito além do caractere
científico: essa busca, na realidade, é para responder uma das mais antigas
perguntas da humanidade: “quem nós somos, na verdade?” Alguns até poderiam
argumentar que, aqui, caberia até mesmo “de onde surgimos” e “para onde
iremos”, mas isso não tem uma importância tão grande quanto saber, de uma vez
por todas, quem é, de fato, o ser humano — e o porquê de nós termos conseguido
criar a bomba atômica e os macacos, não.
O homem é um ser social, por natureza, e foi justamente a
capacidade não só de formarmos grupos, mas também a de nos comunicarmos, que
nos trouxe até onde estamos, atualmente. “Se, então, a convivência com nós
mesmos nos levou a um nível de sermos donos de nosso próprio destino, imagine,
então, se encontrássemos outra forma de vida inteligente — e diferente da
nossa?
Existe, do mesmo modo, uma ironia nisto tudo: ainda que não
encontremos outra civilização alienígena, isto responde à pergunta: “em qual
parte do Grande Filtro nós estamos?” Ao não nos depararmos com outra forma de
vida inteligente, demonstra que, sim, somos especiais porque ainda estamos
vivos e, mesmo a um ponto antes da “aniquilação”, existe uma (mínima) chance de
superá-lo. Agora, caso estejamos realmente sozinhos e tecnologicamente
avançados o suficiente para extrapolarmos os limites da nossa própria galáxia:
parabéns! A humanidade mostrou-se mais inteligente do que toda e qualquer forma
de vida que possa ter surgido no universo.
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