BRANCA DE NEVE E OS SETE LADRÕES — IX O BANHO

De pele branca como a neve e lábios vermelhos como a noite, seu nome era Branca de Neve. Mas não se engane: conhecida por todos, e odiada por sua madrasta, ela e sua grande (e quem sabe algo a mais) amiga Jana vão passar por tribulações e provar que ambas têm força para lutar e para vencer!

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IX
O BANHO

— Ah! As duas já acordaram. — Diz Martin, ao entrar no quarto e ver Jana e Branca de Neve acordadas. — Acho que vocês gostariam de tomar um banho.

Jana responde com um aceno de cabeça, enquanto Branca de Neve apenas observa.

Ele guia as duas amigas até os fundos da casa onde existia uma enorme banheira, cheia d’água.

— Fiquem à vontade — avisa o homem — e não se preocupem, meu irmão e eu ficaremos na sala, esperando vocês.

Por alguns instantes, Branca de Neve e Jana se olham: o vestido branco, sem manga, que a princesa vestia estava agora todo amarrotado e sujo assim como as roupas de Jana.

Apesar daquela não ser a primeira vez que as duas tomariam banho juntas, aquela situação tornava tudo muito diferente. Não eram como se fossem duas estranhas, muito pelo contrário: o trauma de serem atacadas e quase mortas as deixou ainda mais próximas; mas ambas sentiam-se em outro mundo — um mundo muito diferente daquele a qual estavam acostumadas.

“Um banho nos fará bem”, diz Jana, tirando suas roupas e revelando diversos machucados espalhados pelo seu corpo. “Vamos, a água está boa”, torna a falar ela, já quase dentro da banheira.

— Lembra-se que eu disse que não havia sido sua culpa quando você chorou no meu ombro, lá no quarto? — Indaga a princesa, assustando Jana.

— Lembro... por quê?

— Porque não foi sua culpa... foi “minha” culpa... — Responde ela, já com os olhos cheios de lágrimas. — Foi tudo minha culpa... se não fosse por mim, Doreen e Gabriele ainda estariam vivas!

Jana observa sua jovem senhora por alguns instantes e, então, sai da banheira e a abraça, também já com os olhos cheios d’água.

— Não... não foi sua culpa... — Consola ela — não foi culpa de ninguém... vamos tomar logo o banho...

A princesa concorda com a cabeça e Jana a ajuda a tirar o vestido sem manga.



— Mas como você me esquece de deixar roupas limpas para as nossas hóspedes?! — Esbraveja Martin com Steffen. Ao preparar o banho de Branca de Neve e Jana, ele havia pedido ao irmão que deixasse toalhas limpas e também algumas mudas de roupas para elas.

— Ah! Esquecendo, oras... você sabe que eu sou esquecido! — Responde Steffen, sóbrio, apesar de ainda exalar um forte cheiro de álcool.

O homem vai até o quarto e pega algumas roupas e toalhas no armário, depois faz uma venda com um pano que havia encontrado na cozinha e segue para o quintal onde princesa e dama de companhia estavam.

Foi uma cena engraçada de se ver: vendado, Steffen aparece para Branca de Neve e Jana, que se assustam ao vê-lo. “Senhoritas, acabei esquecendo de...” tenta dizer ele, tropeçando em uma pedra e caindo de cara no chão, fazendo com que as duas hóspedes se segurassem para não rir. Irritado, ele levanta-se dizendo diversos palavrões.

“Aqui está, senhoritas... façam bom uso” fala ele, amontoando as roupas e as toalhas no chão onde havia caído e voltando para a casa em seguida.

As roupas que Steffen trouxera estavam bem longe das que Branca de Neve e Jana estavam acostumadas a vestir. Para bem dizer a verdade, tratava-se de roupas masculinas: Jana optara por uma camiseta amarela longa — que quase batia em seus joelhos — e um short. A opção de branca de neve foi parecida, com a diferença que a camisa escolhida por ela era azul.

— Ah! Aí estão elas... peço desculpas pelo meu irmão e também pelas roupas, mas é que faz já bastante tempo que uma mulher não vive conosco. — desculpa-se Martin ao ver princesa e dama de companhia entrarem na sala.

— Não tem problema — responde Jana. Espero que você não tenha se machucado com a queda.

— Nada que alguns goles de cerveja não resolvam, minha jovem. — Responde Steffen.

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