Orgulho e Preconceito de Jane Austen

Jane Austen é uma autora inglesa clássica e imortalizada no panteão dos escritores universais.

Por conta disso, não basta, apenas, falar sobre suas obras: é necessário falar sobre ela, também. Então, antes de comentar a respeito de Orgulho e Preconceito, vou trazer uma breve biografia dela.

APRESENTO-LHES JANE AUSTEN!

Jane Austen

Jane Austen nasceu na cidade de Steventon, Inglaterra, no dia 16 de dezembro de 1775. Era filha de George Austen — um clérigo que incentivava seus oito filhos, incluindo suas duas filhas, a estudarem — e Cassandra Austen — autora de alguns versos satíricos.

De acordo com alguns de seus escritos, ela começou a escrever em 1787, com apenas 12 anos de idade, porém, somente 8 anos depois ela inicia seu primeiro grande romance: Razão e Sensibilidade. Orgulho e preconceito foi escrito entre 1796 e 1797 sendo, no entanto, recusado pela editora.

Pouco se sabe a respeito da vida sentimental da escritora porque sua irmã, Cassandra, após o falecimento de Jane, destruiu todas as cartas e eliminou os trechos de outras com o objetivo de preservar a privacidade da autora. Conhece-se, no entanto, que ela nunca se casou — em 1802 ela até chegou a aceitar o pedido de casamento de Harris Bigg-Wither, mudando de ideia no dia seguinte.

Antes de ir mais afundo a respeito das obras dela, é necessário saber que na época a qual Jane pertencia, as mulheres não eram respeitadas, principalmente em se tratando de sua capacidade intelectual — lembram-se de que, lá no começo, eu já havia falado sobre Orgulho e Preconceito e sua recusa da editora? Então, agora vocês sabem o motivo.

Razão e Sensibilidade foi publicado pela primeira vez em 1811. Em 1813 chegava a vez de Orgulho e Preconceito — tornando-se bastante popular. Por causa disso, em 1814, ano da publicação de Mansfield Park, os críticos viam com bons olhos as obras da autora tendo sido elogiada, inclusive, pelo príncipe regente George IV.

Todas as obras de Jane Austen foram publicadas de forma anônima e autora só ficou conhecida após sua morte, em 18 de julho de 1817, em Winchester, vítima da doença de Addison.

ORGULHO E PRECONCEITO

Breve resumo

Capa de Orgulho e Preconceito da editora Pé da Letra

Protagonizado pela jovem Elizabeth Bennet, Orgulho e Preconceito passa-se em uma área rural da Inglaterra do século XIX.

De personalidade forte e a carregar dentro de si vanguardas além de seu tempo, Lizzie, como é chamada pelas pessoas mais íntimas, “é um caso perdido” conforme os pensamentos de sua mãe — que sonha, com todas as suas forças, ver todas as suas filhas casadas.

“Vale lembrar que na Inglaterra, durante esse período histórico, o único papel social da mulher era ser mãe e esposa, não possuindo qualquer hipótese de ambição profissional.” (FUKS s.d.)

A trama tem início quando dois jovens solteiros chegam à região: o senhor Bingley e o senhor Darcy. A partir desse momento, a senhora Bennet alvoroça-se com a possibilidade de, finalmente, “desencalhar” alguma de suas filhas.

Em um primeiro momento, o senhor Bingley apaixona-se por Jane Bennet tal como o senhor Darcy por Elizabeth. Porém, ele reluta contra este sentimento e, para variar, sua amada ainda escuta coisas ruins sobre ele — dando a ela um certo sentimento de repulsa sobre ele.

Opinião

Um dos primeiros “problemas” a serem notados no livro — e eu peço, encarecidamente, que você, leitor deste humilde blog, leia até o fim antes de comentar — é “ele ser clássico”.

Há uma complicação nas traduções brasileiras que, falando a respeito de livros clássicos estrangeiros, eles devem “ser difíceis de ler” — como se isso “desse mais valor à obra”. Com a versão de Orgulho e Preconceito lida por mim, não foi diferente: a linguagem é difícil e cansativa, apesar da história ser cativante — o que, sinceramente, levou-me a ir até o final.

Superado esse problema — e a minha resistência a cochilar em cada página —, a obra é magnifica! Eu poderia até encher de pompa e dizer que ela “é uma crítica à lei de morgadio (onde as propriedades do pai eram passadas ao filho primogênito)”; que Elizabeth é um exemplo além de seu tempo... mas acabaria chovendo no molhado — basta olhar as fontes e acessar o link para a postagem da doutora Fuks, onde ela explana com bem mais detalhes técnicos a respeito desta obra.

Uma das coisas que mais me prenderam durante a leitura foi a “ironia” não só da história, mas as de Lizzie: com uma língua extremamente afiada, ela não só não abaixava a cabeça para ninguém como, sempre, defendia quem ela achava que merecia ser defendido. Isso é interessante porque, não uma, mas diversas vezes, pôs seus pais um contra o outro — lembram-se de que a motivação da vida da senhora Bennet era ver suas filhas casadas? Então...

Mas não pense que essa “marra” toda não trouxe problemas para ela: de forma equivocada, ela separa sua irmã Jane do senhor Bingley por desconfiar que ele nada queria, de fato, com ela. Quando descobre a verdade, no entanto, correu para corrigir seu erro.

Ainda sobre sua personalidade forte: quase o mesmo acontece em relação ao seu amado, o senhor Darcy: julgando-o como um homem horrível e orgulhoso, ela despedaça-se ao saber que estava totalmente enganada e quando, enfim, junto a ele, enfrenta até quem “estava em um nível social acima dela”.

O livro, novamente, é magnifico e, não à toa, é uma das obras mais populares da autora — ainda bem que, mesmo sendo recusado, ela insistiu!

Então, saiba, caro leitor, que como uma obra clássica, ambientada num ambiente muito antes do nosso, a leitura pode ser difícil (como eu já disse logo no começo deste tópico), porém, a insistência compensa e a própria história em si te dá ânimo para continuar.

Para os acostumados a uma leitura mais contemporânea, Orgulho e Preconceito pode ter um “gosto diferente”, às vezes até meio amargo, porém, tal como você degusta um novo prato, o livro deve ser consumido aos poucos, a deixar seu paladar acostumar-se com o sabor e, desta forma, você conseguir degustar o máximo possível da história.

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FONTES:

WARLEY SOUZA. Mundo Educação (comp.). Jane Austen. Disponível em: https://bit.ly/3BL6WIw. Acesso em: 26 jul. 2021.

REBECA FUKS. Cultura Genial (comp.) Livro Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. Disponível em: https://bit.ly/3i7H6X6. Acesso em: 26 jul. 2021.

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