Bird Box

Olá leitores do Escritor ao Vento!

Se você acessou a internet nesses últimos dias, deve ter visto uma infinidade de memes ou mesmo propagandas de Bird Box, o novo filme original da Netflix. O mesmo dividiu a internet em dois: os que o amam e os que o odeiam. Por isso, resolvi assisti-lo para ver se, em primeiro lugar, ele era "tudo aquilo mesmo" ou apenas um "hoax".

Então, pegue a sua pipoca, o seu refrigerante e prepara-se para saber se vale mesmo a pena vê-lo ou não.

BIRD BOX

Trailer


SINOPSE (de autoria do EV)

Malorie Hayes (Sandra Bullock) é uma artista plástica que enfrenta uma gravidez não desejada. Sua irmã, Jessica Hayes (Sarah Paulson) leva-a a uma consulta de rotina quando, no hospital, uma mulher começa a bater a cabeça contra a parede, ferindo-se mortalmente.

Ao sair, deparam-se com uma cidade em completo caos, com pessoas suicidando-se ao verem seres que as fazem querer se matarem. Por sorte, Malorie não chega a ver esses seres e, por causa disso, acaba num mundo pós-apocalíptico lutando para sobreviver.

CRÍTICA

Logo no começo o filme entrega como será: angustiante. Mas isso é bom, porque já deixa atento quem o assiste; já o prepara para a caça aos detalhes — tão importante para entendê-lo.

AVISO DE SPOILERS: A PARTIR DESTE PONTO HÁ DETALHES DO ENREDO E, SE VOCÊ NÃO QUISER SABER, PARE AQUI!

O filme começa com Malorie e seus dois filhos fugindo pelo rio em busca de uma comunidade sobrevivente, a única descoberta pelo rádio após cinco anos procurando por alguém. Em seguida, ele retorna ao passado para explicar como ela chegou até aquele ponto e é aí onde ficamos sabendo dos "seres" e também de pessoas que podem andar sem venda, zumbis com a missão de fazer as pessoas normais olharem para esses seres e, então, suicidarem-se.

Como já dito, o filme, do começo ao fim, é angustiante, pois nunca vemos os "seres" e a história é narrada pelo ponto de vista da protagonista, ou seja, "vemos tanto o quanto ela vê". Nunca sabemos o que está a nossa frente — deixando tudo ainda mais desesperador.

Parando para pensar um pouco mais a fundo, deparamo-nos com uma enorme metáfora que nos mostra, de forma singela, o que é a "depressão", dentre outros elementos.

Metáforas

A primeira delas diz que os "seres" simbolizam a depressão. Isso sustenta-se no fato de que na casa onde a protagonista se refugia é cercada por pessoas que passaram por momentos difíceis na vida — ela mesmo, a Malorie, está a passar por uma gravidez indesejada.

Os filhos dela, aqui, representam a esperança e isto é sustentado pelo fato de que, a todo o momento, ela tenta salvá-los, mesmo quando eles acabam fazendo coisas onde eles poderiam perder-se — como a cena onde a garotinha quase tira a venda.

Há também os passarinhos que ela carrega e são utilizados como "alarmes" para a presença dos "monstros". Neste ponto, de acordo o site Vix (clique aqui para ir à fonte original), eles representariam as lembranças que devem ser preservadas. Eu discordo e baseio-me no fato de eles serem, justamente, utilizados como "alarmes": os pássaros são os avisos de que algo não está bem; de que é necessário buscar por ajuda — um médico, por exemplo.

O próprio final, quando tanto a protagonista quanto seus filhos chegam à escola para cegos, possui uma representação: a de que eles, os cegos, aprenderam a lidar com a depressão de forma diferente daqueles que enxergam.

Essas são os "sinais" que já circulam pela internet. Eu, porém, fui mais além e achei mais coisas em "Bird box".

Para começo de conversa, eu tenho a certeza de que o filme inteiro, e não só os "seres", é uma enorme metáfora para a depressão porque, pensem bem: pessoas depressivas geralmente têm o desafio de provar que estão doentes — e não de "moleza", como já ouvi alguns "seres humanos" dizerem. O principal ponto da protagonista é a sobrevivência, uma forma lúdica — e mesmo literal — de mostrar para todo mundo que ela está sofrendo — muito.

Depois, temos as "mortes": a primeira a acontecer é a da irmã, simbolizando o abandono da própria família em relação ao doente; depois, um por um, vêm as pessoas da casa onde ela refugia-se, simbolizando a desistência dos amigos. Por fim, a morte da pessoa amada, uma morte heroica, inclusive, simbolizando o desgaste do casamento e o desfragmentar da família — mesmo sendo herói, ele não consegue salvar o relacionamento dos dois.

ENTÃO...

A conclusão, ao final de tudo, foi a de que Bird Box não é "tudo aquilo", mas também não é uma "enganação". O filme é bom por ser denso e saber contar muito bem a história e profundo por metaforizar, com maestria, um assunto tão delicado quanto a depressão. Porém, é necessário uma análise mais crítica, fazendo grande parte de sua mensagem perder-se — o que é uma pena. Há, também, segundo alguns sites especializados, problemas com algumas partes técnicas e a direção, mas isso não tira o brilho da história e a atuação de Sandra Bullock.

"Vale a pena assisti-lo?" você deve estar a perguntar-se. Eu respondo: sim, vale muito a pena. Porém, esteja ciente de que serão duas horas e pouco de um suspense forte e denso.

***

É isso, gente! Se você curtiu a review, passe-a para frente; mande para seu amigo (a), namorado (a), parente, gato, cachorro e, claro, também deixe seu comentário dizendo o que achou dela. Se já assistiu ao filme, diga se gostou e se concorda com a análise — o espaço agora é seu!

Até a próxima!

2 comentários:

  1. "intendê-lo (Sic)" doeu no fundo da alma.
    Filme razoavel. Mistura bobinha de Sinais com ensaio sobre a cegueira. Nao acho que tenha relacao com depressao, mas a ideia da protagonista conseguir amar. o que eh representado no final por ela dando nome aos "filhos".
    Filme fraquinho, mas que consegue pasar pela interpretacao da bullock um belo clima tenso.

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  2. Obrigado pelo toque! =D
    Então, agora que você falou, de fato, há muitas semelhanças entre ambos.

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