Caso Archer


O fuzilamento de Marco Archer, na Indonésia, como pena por tráfico de drogas, tomou conta dos noticiários do Brasil. Diversas foram as tentativas de clemência, tendo, inclusive, o envolvimento do Itamaraty, que fez um pedido formal ao país para que o brasileiro não fosse executado, o que não adiantou.

Segundo o site Terra, o procurador-geral Muhammad Prasetyo disse entender a reação dos países que tiveram cidadãos executados, mas pediu respeito às leis da Indonésia; o arquipélago localizado entre a Ásia e a Oceania possui uma política rígida em relação ao narcotráfico, sendo que, além de Marco, outros cinco estrangeiros também foram fuzilados.

A questão levantou  debates, queixas, reclamações e até mesmo alguns incidentes, como a deportação de um jornalista e um cinegrafista da Rede Globo que acompanhavam o caso. Contudo, um ponto foi esquecido em meio a tudo: o brasileiro foi detido por tráfico de drogas.

A pena de morte é um exagero como punição, neste caso, mas foi a alternativa que a Indonésia encontrou para tentar sufocar o narcotráfico, transgressão que provoca outros delitos, como assassinatos, roubos e etc. Não atender aos pedidos das autoridades do Brasil nada mais foi que um recado a outros possíveis "aventureiros" que queiram tentar a sorte e que pensem que seriam acobertados caso fossem pegos.

O caso, em si, é uma tremenda ironia mórbida, já que coloca em voga dois pontos extremos: um que expõe um claro excesso e outro de complacência.

Polêmicas à parte, tal questão deve servir para que o Brasil olhe para o próprio quintal e comece a arrumá-lo, pois além do país ser o segundo maior consumidor de cocaína do mundo ele é, também, uma das principais rotas deste tipo de delito.


Uma das formas de provocar mudanças é enrijecer as punições e mudar as políticas tanto para os usuários de entorpecentes quanto de prevenção ao uso, intensificando os trabalhos em fronteiras, aeroportos e onde mais a droga possa entrar.

O Itamaraty até tentou: reclamou, pediu clemência, mas a Indonésia é soberana e, por tanto, possuí suas próprias leis que, mesmo sendo duras demais para alguns, procura acabar com o mal que as drogas causam na sociedade. Sim, é um exagero a pena capital, mas ao contrário do Brasil, que tem um Código Penal que apenas acoberta os criminosos, o arquipélago asiático procura curar essa doença social conhecida como "tráfico". 

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