A Melhor Amiga — 4 CAROL


Sinopse: Começou como uma amizade que evoluiu para um sentimento puro, ingênuo até. Nenhuma das partes sabia realmente o que estava acontecendo — era quase uma brincadeira de criança. Porém, o que era ingênuo torna-se malicioso e o que era quase uma brincadeira de criança transforma-se em uma tragédia.

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4
CAROL

Quanto mais Kauê e Jeniffer se aproximavam, mais Carol ficava depressiva.

Por estar vivendo um conto de fadas, a adolescente não havia notado o estado de sua melhor amiga, ficando a função de perceber alguma coisa a cargo dos pais dela.

— Carol, temos que conversar. — Diz o pai da garota de olhos puxados, após o jantar.

— Filha, o que foi com você? — Pergunta a mãe, em um tom de preocupação.

— Nada, mãe... — Responde Carol, demonstrando claramente estar preocupada em contar a verdade.

— Filha, por favor! Queremos o seu bem. — Replica o pai da garota, com o mesmo tom de voz que a mãe havia utilizado antes.

— Você tem andado estranha ultimamente, fora que tem dormido cada vez menos. — Diz a mãe. — Sem contar que a orientadora da sua escola nos disse que os inspetores viram você chorando pelos corredores da escola nos intervalos.

— Filha, alguém está te ameaçando ou coisa parecida? — Pergunta o pai. Ele tinha quase certeza que a filha estava sofrendo bullying de alguém.

— Não... não é nada, podem ficar despreocupados... logo vai passar... — Responde Carol, levantando-se da mesa mesmo com seus pais pedindo para que ela voltasse.

— Será que alguém está fazendo bullying com ela? — Indaga o pai à esposa, pensativo.

— Eu acho que não... tenho quase certeza que tem a ver com alguma paixonite. — Responde a mãe, confiando em seu coração e na premissa de que “coração de mãe nunca se engana”.

No dia seguinte, logo antes do primeiro sinal, Jeniffer encontra com a amiga — que estava abatida e com grossas olheiras embaixo dos olhos.

— Amiga! Você não vai acreditar! — Diz a adolescente com ares de quem possuí uma grande novidade para contar.

— Diga... — Responde Carol, esforçando-se para não pensar em “más notícias”.

— Pedi o Kauê em namoro! —Fala Jeniffer, novamente, esforçando-se para não pular de alegria.

Fazendo um esforço sobre-humano para não desabar em lágrimas, Carol abraça amiga, realizando uma força ainda maior para parecer empolgada com a notícia.

— E o que ele disse? — Pergunta a adolescente de olhos puxados.

— Ele disse que ia pensar... mas eu acho que ele vai dizer sim!

O sinal finalmente toca, porém, com a desculpa de que estava apertada e, portanto, precisava muito ir ao banheiro, Carol deixa a amiga seguir para a sala e vai para o banheiro, onde se esconde em uma das divisórias e começa a chorar, desta vez com ainda mais intensidade, desejando intensamente não estar mais viva — principalmente após a imagem de sua melhor amiga estar de mãos dadas com o artilheiro do time da escola inundar sua mente.

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