Cara-metade

Ainda me lembro daquele dia.

O céu não estava mais azul nem muito menos o sol havia nascido mais brilhante; a lua estava oculta em sua nova fase e as estrelas continuavam as mesmas que sempre foram. A universidade continuava fria e desoladora.

Você também estava lá, como sempre esteve, com seus longos cabelos negros e encaracolados e seu sorriso. A diferença é que algo - ou alguém - me fez, pela primeira vez, prestar atenção em seus olhos: provocantes, chamativos, hipnotizantes... 

Foi por apenas alguns segundos, mas pareceram uma eternidade - uma eternidade para achar a saída daquele labirinto.

Quando pensei ter escapado, percebi que uma parte de mim ficara em seu olhar e que, a partir daquele momento, o que antes era um garoto a passar pelas paredes frias da universidade agora se tornara um homem em busca de sua cara-metade.

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